A Formação Continuada "Elaboração de Projetos" de 40h está acontecendo na Escola Chapeuzinho Vermelho desde o mês de abril/2011. As primeiras produções dos cursistas demonstram interesse e reflexões bem aprofundadas acerca das discussões sobre o eixo Projetos. Abaixo alguns textos dos professores, resultado da 1ª atividade a distância: elaboração de um texto, usando o gênero textual de sua escolha, sobre seu projeto de vida.
Ó VIDA
Eu me chamo Lucimar dos Santos, nascida em Clevelândia estado do Paraná ao vinte e seis de junho de um mil novecentos e setenta e um, filha de Idário Carra e Zenilda dos Santos Carra, tive um irmão mais velho de se chamava Lindomar dos Santos.
Minha vida não foi das melhores. Tive alegrias sim, mas muitas tristezas. Eu posso dizer que nunca tive uma família unida, pois desde que comecei a me entender por gente posso dizer que nunca tive pai, pois ele tinha um vício, era alcóolatra e muito ruim para nós principalmente para minha mãe. Vivi em Clevelândia até meus dezessete anos de idade. Tentamos mudar de vida na esperança de meu pai mudar, viemos para Terra nova, mas aqui foi um pouco pior nossas vidas era um tumulto só, eu cheguei e logo comecei a trabalhar em um mercado, depois para uma casa de armas, terminei o 1º grau, não me lembro o porquê de não ter feito o ensino médio, e assim foi se passando os anos.
Foi então que conheci João Vanderlei e em mil novecentos e noventa e três nós nos casamos, quando fazia exatos três meses que nós estávamos casados aconteceu uma tragédia em minha família. Meu único irmão havia se afogado e morreu, ele e sua namorada, isso foi um choque muito grande para nós todos. Esse acontecimento mudou nossas vidas, minha mãe veio morar comigo e meu pai ficou sozinho, ele e a bebida. Em mil novecentos e noventa e cinco nasceu uma princesinha Ana Carolina, foi a alegria para a casa, muito esperada por todos. Foi aí que troquei de emprego, fui trabalhar em uma papelaria, isso em janeiro de mil novecentos e noventa e seis. Assim se passaram alguns anos e meu tio levou meu pai para fazer tratamento em Tapejara, Rio Grande do Sul, mas de nada adiantou.
Nós fomos tocando nossas vidas sempre trabalhando e em mil novecentos e noventa e oito retornei a sala de aula para terminar o ensino médio, terminei, mas não tinha condições de dar continuidade aos estudos. Foi só em dois mil e cinco que entrei na faculdade, em dois mil e sete veio uma surpresa depois de doze anos, eu estava grávida. Nasceu Maria Fernanda outra princesa em nossas vidas, enfim em dois mil e oito terminei a faculdade, e eu continuava trabalhando na papelaria foram quase treze anos, eu gostava do que fazia, mas não deu mais certo.
Eu me formei em quinze de outubro e dia trinta de outubro eu saí da loja, no ano seguinte comecei uma nova vida uma profissão totalmente diferente do que já havia vivido, fui para sala de aula comecei na Escola Xanxerê pela manhã, à tarde na escola Chapeuzinho Vermelho. Em dois mil e dez continuei na escola Chapeuzinho Vermelho fui para sala com a 1ª fase do 1º ciclo, uma nova experiência que eu pessoalmente gostei. Mas dois mil e dez foi um ano muito difícil para mim, em vinte e sete de março meu pai faleceu, eu não pude ir ao enterro, pois é muito longe. Não bastasse isso, alguns meses depois o pai de minhas meninas ficou doente estava com câncer nos pulmões. Nós lutamos juntos durante noventa e sete dias contra a doença, mas ela foi mais forte e nos venceu, no dia três de setembro ele nos deixou, isso foi e é muito difícil ainda para mim, mas eu continuei a vida, pois tenho alguém que precisa de mim, em dois mil e onze continuei na escola Chapeuzinho Vermelho, estou na sala de recurso algo novo para mim, mas estou dando o melhor de mim para fazer um bom trabalho.
BOLETIN INFORMATIVO 01/2.011
Franciele Bavaresco, 29 anos, brasileira, casada, residente e domiciliada no município de Terra Nova do Norte – MT, sito estrada Linha Bom Fim, setor Industrial, Licenciada em Matemática pela UNEMAT (Universidade do Estado de Mato Grosso) período de 2.000 à 2.004, apesar de sua habilitação nunca quis atuar como docente, seu interesse pela profissão não era consideravelmente capaz de motivá-la a enfrentar este desafio.
Embora, no dia 21 de março de 2.010, deslocou-se para o município de Sinop - MT, para realizar a prova do Concurso Público do Estado, no qual, dia 30 de dezembro do mesmo ano foi nomeada. Desde então, sua vida têm mudado consideravelmente, nunca antes havia pensado em planejamento, diário eletrônico, sala do educador, cursos de formação continuada e como se não bastasse tudo isso, ainda não consegue mais o seu soninho tranquilo, sem preocupações, pois não sai de sua cabeça as vozes enlouquecidas das crianças “professora, professora, professora” todos falando ao mesmo tempo, é como se fosse um coral organizado para atormentá-la.
Mas, o que continua a motivá-la é pensar que nesta dura profissão o dia mais esperado, o mais emocionante e o mais gratificante talvez, vêm após 25 anos de serviços prestados nestas condições, ou seja, depois destes poucos anos, sua aposentadoria vem em 15 minutos, isso sim é excelente, ou melhor, excelente mesmo é que estatisticamente comprovado ela já tenha cumprido 1% desta jornada.
Espera-se agora, que ao final dos 99% do tempo que lhe falta, esteja em plena saúde física e mental para gozar deste “beneficio” com a sensação de missão cumprida.
De sonhadora a Professora
Tudo começou a 39 anos atrás, quando de um belo casal nascia o 2º filho, agora uma menina, linda de olhos azuis e muito calma. O tempo foi passando, nasceram mais dois filhos deste mesmo casal, todos cresceram com muita saúde, inteligentes e com muitos sonhos. Seus pais eram trabalhadores, pois davam duro para o sustento de sua família.
Os filhos cresceram, as condições naquela cidade não eram muito boas, o pai perdeu o emprego e afinal tinham quatro filhos para alimentar. Decidiram então mudar para o estado de Mato Grosso, mais especificamente para o município de Terra Nova do Norte, onde existia a promessa de um futuro melhor. Nesta nova cidade tudo era diferente, novidade, não existia energia elétrica, as frutas eram diferentes, enfim, uma vida nova começava, principalmente para os quatro filhos. A filha mais velha tinha que estudar à noite, pois já fazia o magistério e durante o dia não havia. Que sofrimento, aos treze anos, estudando a noite, dormindo nas carteiras, pois não havia ainda acostumado. Seu sonho, ela tinha muitos, acabar o 2º grau, ir embora, estudar, ser aeromoça e então ajudar seus pais.
Mas, as coisas foram mudando, o tempo passando, a linda menina, moça ficou, um lindo namorado a encantou e então o destino se transformou. O sonho de ser aeromoça adormeceu e o de ser professora então apareceu, estudou, se especializou e por profissão ser professora escolheu. Os jovens então se casaram, dois lindos filhos tiveram, e após vinte anos terem passado o sonho daquela moça, hoje professora, mulher, esposa e mãe é somente que sua família continue assim: linda, feliz, seus filhos estudando e se Deus quiser daqui a poucos anos se aposentando.
Já i esquecendo o nome da personagem principal desta história é: Mara Caciane Renz Dalmolin.
Sonhar é possível
Planejar é algo que requer cautela. No entanto temos que considerar que nem tudo se dará da forma que almejamos, por isso precisamos reavaliar constantemente nosso percurso para não seguir sem objetivo, sem perspectiva.
Tive meta que por ironia do destino, talvez, desviou-se do foco: casar, ter filhos, ser dona de casa.
Outro fator decisivo foi a condição financeira da época. Precisava trabalhar como não havia outra opção de emprego onde morava decidi “ser professora”. Além é claro de ser esposa, mãe e dona de casa. Grau de escolaridade não empecilho em nosso município na década de 80. Aproveitando a deixa, ingressei na carreira com apenas o 1º grau completo e nenhuma experiência. Ia remando conforme a maré. Chegou-se um determinado momento em que atravessar o muro da ignorância fazia-se necessário. Para não “nadar, nadar e morrer na praia”. Foi aí que fiz o segundo grau (supletivo) e a graduação à distância. Fiz também a pós graduação, mas como isso tudo não fosse o suficiente, chegou a tal tecnologia. Aí novamente surge o desafio. Conhecer para utilizar. Aplicar para inovar. Como diz o saudoso Chacrinha “Quem não se comunica se estrumbica”.
Em razão disso mais cursos de aperfeiçoamento... Espero chegar ao final da carreira e poder gozar toda a aprendizagem adquirida ao longo dessa jornada com muita saúde e ser feliz!
Era uma menina sonhadora. Sonhava com seu príncipe encantado. Morar em um castelo. Viver como uma rainha, mas uma bruxa má desfez seu sonho.
Do príncipe a sapo.
De rainha à professora. Zoleide
A flor e seu desabrochar
Profª Gesieli Lanzarini
Há vinte e nove anos numa manhã encantada
Nascia uma flor que sorridente despontava
Dona de um jeito simples, com olhar de menina
Com toda a alegria essa flor desabrochava.
O tempo foi passando e a flor se transformava
De flor menina, cheia de sonhos e alegrias
Brincando sem preocupação quando sem perceber
Alguém roubou seu coração.
A flor agora mulher amando e sendo amada
Trouxera ao mundo um novo ser encantado,
Uma criatura pequena e frágil:
Um filho ao qual muito amor fora reservado.
A flor mulher é mãe, professora e tantas outras personagens
Estuda, trabalha, ama, se entrega e batalha
E quer continuar desabrochando, sonhando e realizando
Futuramente mais uma vida gerando.
Essa flor ainda quer desabrochar e sonhar
E nesse desabrochar continuar a estudar
Sempre se aperfeiçoando, aprendendo e ensinado
Amando, querendo, sonhando e realizando.
PROJETO DE VIDA
Quando penso em projeto de vida, logo penso em obstáculos os quais venci, logo quando vim ao mundo (bebê). Em primeiro lugar nasci em uma família pobre comparada aos níveis econômicos de hoje em dia, mas nunca graças a Deus nos faltou nada, sempre tivemos o que comer e muito amor.
Mas as coisas foram mudando e eu cresci, e comigo cresceram a vontade de ser alaguem na vida, de vencer, primeiro tive que vencer as dificuldades que todos os jovens de hoje em dia tem e passam, sempre achando o cumulo tantas dificuldades, mas se pensáramos bem, não são dificuldades, mas sim metas a serem cumpridas para chegarmos a um determinado lugar.
Minha vida não foi nada fácil, tive que começar a trabalhar cedo, entre os 11 e 12 anos de idade já tinha meu salário, e minhas responsabilidades. Aos 15 comecei a namorar, aos 17 já era mãe do Rodrigo, do qual hoje não me arrependo, pois sempre tive apoio de meus pais graças a Deus.
Muitos obstáculos que tive que encarar quando era imatura me fizeram traçar um projeto de vida, dos quais consegui muitas das metas que tracei.
Primeiro mantive a dignidade e o respeito, me casei tive mais dois filhos, Fernando e Gabriela. Hoje fazem parte de meus planos também. O pai deles sempre me apoiou nos estudos, sem ele teria desistido por motivos fúteis.
Mas a luta continuava, resolvi terminar meu colegial e fazer uma faculdade. Hoje sou formada em Administração de Empresas, mas não desisti e resolvi fazer outra graduação, Licenciatura em Geografia, e tenho como metas me formar, trabalhar e quem não quer ter seu próprio dinheiro, para pagar suas contas, comprar seus supérfluos. Pra nós mulheres sempre tudo é importante. Na busca pelos meus sonhos, tenho como base a estrutura familiar, realização profissional, me formar e passar num concurso público, ampliar meus conhecimentos, ter uma alimentação adequada para que não haja problemas de saúde que irão atrapalhar meus planos, procurar me divertir mais com minha família.
Procuro buscar mais liberdade e tempo para realizar meus planos, procurando não pensar no passado, porque passado já foi, e sim viver o presente, fazendo de tudo um pouco, para poder viver cada dia intensamente como que se fosse o ultimo, sem deixar nada pra fazer amanhã, o que posso fazer hoje, porque hoje é o futuro de amanhã e nós somos aquilo que queremos ser.
Viviani Terezinha Stasczak
PROJETO DE VIDA
Elizete Carvalho Maciel
A vida em sentido humano está associada a uma contínua prefiguração das ações, a uma capacidade de antecipação das mesmas no que tange às consequências que delas decorrerão. Para nos constituirmos como seres humanos, assumimos responsabilidades pelos nossos atos, que não se pode limitar a meros reflexos, a simples expressões de ímpetos, ou à realização de vontades instintivas. (Nilson José Machado)
Como qualquer outra criança, desde que nasci enfrentei desafios, superei dificuldades, as vezes me frustrei, sonhei, alguns sonhos se realizaram, errei, acertei, tracei metas, e, assim fui projetando meu futuro.
Aos sete anos meus dois grandes desafios eram aprender a andar de bicicleta e ir para a escola (medo de ir sozinha, adaptação, aprender a ler, a calcular). Foram muitos tombos e arranhões, mas aprendi e minha maior diversão era andar na minha bicicleta. Eu amava a escola aprendi a ler e a calcular facilmente, mas, ir para a escola era um problema, porque eu tinha muito medo de cachorro.
Por eu gostar tanto de estudar e admirar minhas professoras, meu grande sonho era ser professora. E esse sonho não se perdeu pelo caminho porque eu alimentava esse desejo o tempo todo. Ao realizar minhas tarefas de casa, fazia primeiro num quadrinho negro explicando para alunos fictícios e depois fazia no caderno.
Na igreja participava do departamento infantil, primeiro como aluna, depois como ajudante, sempre participei de apresentações e leituras.
Meu sonho começou a se concretizar quando terminei o Ensino Fundamental e ingressei no Magistério, onde também encontrei desafios bem maiores que os já enfrentados, porém a cada etapa vencida eu tinha cada vez mais, a certeza de que era realmente aquilo que eu queria. Reorganizei minha vida de maneira que eu conseguisse fazer meus estágios e também os serviços em casa, pois minha mãe trabalhava fora.
Antes mesmo que eu terminasse o curso, já estava trabalhando em sala de aula. Comecei com muita alegria, garra e disposição, porém não tinha experiência a não ser a dos estágios. Então tive que contar com a ajuda das minhas colegas que já trabalhavam a algum tempo na escola, com as quais aprendi muito e sou grata a elas por isso.
Terminado o Magistério, continuei trabalhando e dois anos depois fiz o concurso público e passei. Fiquei muito feliz e mais segura em relação a trabalho. Agora precisava batalhar por uma faculdade pública e logo em seguida fiz o vestibular para Pedagogia, pelo NEAD/UFMT e passei também.
No ano em que iniciei a faculdade, também me casei e como foi difícil conciliar, casa, trabalho e estudo. Foram quatro anos e meio de muita luta, porém boa parte do que sou hoje profissionalmente adquiri com os estudos e reflexões proporcionados pela faculdade.
Nessa fase da faculdade tive os primeiros contatos com o computador e os meus últimos trabalhos foram digitados por mim mesma.
O próximo passo seria uma pós-graduação, a qual comecei antes mesmo de terminar a faculdade. Foram muitas leituras, trocas de experiências as quais me deram subsídios para a prática de sala de aula e também para a redação da monografia. E antes de terminar a pós mais uma etapa se iniciou, eu engravidei.
Para concluir minha monografia tive que aprender a utilizar o e-mail, pois meu professor orientador não morava aqui, para isso contei com a ajuda dos professores do, na época NTE, hoje NTM.
Ser mãe foi a experiência mais linda que já vivi. O nascimento do meu filho foi o maior presente que o Papai do Céu já me deu. Ele é a razão do meu viver e muito do que eu faço é para ele e por ele.
A partir daí continuei cuidando da casa, do meu filho, trabalhando e estudando sempre. E nessa época iniciava-se uma nova fase, o acesso as tics (tecnologias de informação e comunicação) começavam a ficar mais acessível e fazia-se necessário inseri-las em sala de aula. Porém para isso era preciso que o professor tivesse algum conhecimento sobre esse recurso pedagógico.
A minha meta agora era aprender a utilizar essas novas tecnologias tanto para o meu beneficio como em beneficio dos alunos. Então participei de vários cursos no NTE, comprei um computador e a partir dai fui aprendendo cada vez mais. Durante os cursos os professores do NTE também orientavam sobre a elaboração dos projetos para trabalhar com os alunos.
Participei também do curso de “Mídias na Educação”, com o qual aprendi muito e passei a utilizar um pouco mais as tecnologias de informação e comunicação na minha prática de sala de aula.
Fiz minha carteira de habilitação que para muitos é algo insignificante, mas para quem já sofreu um acidente é um obstáculo intransponível. Não só venci o desafio de dirigir, mas melhorei uma coisa fundamental, a minha autoestima.
Tenho família, emprego, amigos e religião, por isso sou uma pessoa feliz. Venci varias barreiras na vida, enfrentei várias situações adversas, mas superei todas, pois na vida não existe problemas e sim desafios. Os quais não terminam por aqui, ainda terei muitas dúvidas, questionamentos e medo, mas não deixarei de lutar, acreditar e ter fé.
Minhas metas hoje são continuar aprendendo sempre nas várias esferas da vida; continuar me dedicando ao meu trabalho de forma que ele seja reconhecido, participar de cursos de aperfeiçoamento, manter a prática da leitura ampliando e diversificando minha visão e interpretação do mundo e da vida como um todo; quero reservar tempo para estar com minha família, ter bons hábitos, procurar ter uma alimentação saudável, conservar os meus amigos a minha volta e amar a Deus sobre todas as coisas.
Projeto de vida
Em uma pequena cidade no interior do Paraná
Nasce uma pequena garota no mês de maio,
Quinta filha de um casal simples e humilde
Que com muita dificuldade pôs-se a criá-la.
Desde aos quatro anos foi para a pré-escola
Acompanhada de seus irmãos pequenos
Pois não tinha ninguém em casa para cuidá-la.
Essa criança cresceu e começou a estudar
Sempre dedicada a escola e aos estudos
Os professores passavam a admirar.
Sandra, era o nome da garota,
Cresceu com muita saúde e disposição
Levantava cedo para ir á escola
E de tarde ia com seus amigos colher algodão
Para ajudar os seus pais que com muito esforço
Levantava de madrugada para sustentar seus irmãos.
Depois dos doze anos de idade
Passou a ser babá de uma criança
Filha de um casal rico da cidade.
Por muito tempo permaneceu nessa profissão
Até que um dia o casal foi transferido
se mudou da cidade e a adolescente
acostumada com seu dinheiro
ficou muito triste com dor no coração.
Depois disso, ela trabalhou em vários lugares
Pois a cidade era pequena e não oferecia
Trabalho para muita gente.
Mas o sonho dessa garota
Permanecia firme em sua mente
De um dia ser professora e
Ensinar o que aprendeu aos seus docentes.
Os anos se passaram e ela terminou o Ensino Médio
Sem trabalho e vontade de cursar uma faculdade
ir embora para Maringá foi o remédio.
Morou com uma família muito rica
Que no início proibiu de estudá-la.
Mas logo percebeu sua força de vontade
E fez de tudo para um nível superior ela cursar.
Foram quatro anos de muita luta e canseira
Pois trabalhava durante todo o dia
E a noite ia pra faculdade e estudava sem rodeio.
Até nos finais de semana tinha aula de inglês
E estudava sem pensar com dedicação
mesmo sem saber se teria retorno ou não.
Terminou a faculdade e foi convidada
para lecionar em Terra Nova do Norte-MT.
Ela ficou assustada, pois nem sabia onde ficava
essa cidade que futuramente iria.
Pensou em desistir da proposta
mas seguir o seu sonho era prioridade.
Deixou família, amigos e embarcou para o MT
Que no começo foi difícil se adaptar
Porem aos poucos foi se envolvendo no trabalho e
Seu sonho viu ali se realizar.
Sandra fez um curso de especialização
Dentro da sua área de atuação.
Uma vez por mês ia com sua amiga para Alta Floresta
Aprender um pouco mais do que estava em construção.
Trabalhou três anos na Escola Municipal São Pedro
Que muito se dedicou aos seus alunos e a escola
Que por ser um projeto exigia muita preparação.
Mas como as coisas não duram para sempre
a escola por falta de aluno veio ao chão.
Atualmente ela trabalha durante o dia na escola Charrua
Que funciona com projeto de Educação do Campo
E durante a noite no Projeto da EJA na Chapeuzinho vermelho
E na sexta feira na 12 de Abril com aula de inglês
Ensina os alunos com paciência.
pois acredita que um dia eles irão precisar desse estudo
e praticar no dia-a-dia, na vida e no trabalho.
Sandra realizou um dos seus sonhos
Mas não quer parar por aí.
Está sempre fazendo cursos de formação
Para melhorar sua prática pedagógica
Para propiciar aos educandos uma boa educação.
Deseja ainda cursar um curso de mestrado
Para se especializar em uma área de pesquisa
E deseja, antes que a velhice chegue,
Fazer um curso de doutorado.
Para que quando a morte chegar
Possa encontrar realizada dos seus desejos
Com sua mente tranquila e sua missão cumprida.
Sandra Maria Alves de Souza - Abril de 2011
Meu Projeto de Vida
Meu nome é Isaura Gorete De Carli, nasci em Matelândia, uma pequena cidade do Oeste do Paraná. Passei minha infância e boa parte da adolescência no sitio. Foram anos felizes onde curtia a liberdade de tomar banho de rio, subir em árvores, pescar no riacho, balançar no cipó e chupar fruta no pomar.
Fui alfabetizada pela minha mãe a partir dos oito anos de idade e ao entrar na escola aos onze anos de idade já sabia até produzir textos. Lembro-me que desde pequena falava em ser professora e morar no Mato Grosso. Por ironia do destino o sonho se realizou. Vim morar no Mato Grosso na década de 80 e com muito sofrimento iniciei meu trabalho como professora de turma multisseriada e com até 42 alunos, numa sangrenta região de garimpo, no interior de Alta Floresta. A escola e a mobília eram feitas de pau a pique, meu giz era as sobras do jogo de sinuca. Encarei o desafio com garra exercendo diversos papéis como merendeira, faxineira, coordenadora e outros que apareciam. Tempos difíceis, mas que recordo com alegria, pois aprendi muito com meus alunos que frequentavam as aulas para aprender de verdade.
Indignada com a minha falta de formação, pois contava apenas com a 8ª série decidi ir em busca dos meus sonhos. Foi quando me mudei para Terra Nova do Norte e me formei em Magistério, Pedagogia e Pós-Graduação. Estou atuando em sala há 24 anos e amo o que faço. Sempre procuro me aperfeiçoar e no momento estou cursando Psicopedagogia. Sou preocupada com meu trabalho e procuro aprender novas metodologias aliadas às novas tecnologias como as mídias na educação. Ainda tenho muitas metas a cumprir, uma delas é cursar o mestrado, porém essa meta foi adiada para empregar na formação dos filhos. Apesar de gostar da minha profissão, algumas vezes me sinto desmotivada pela falta de reconhecimento e valorização da nossa classe, a qual, apesar das lutas junto ao Sintep, ainda somos proletários e alienados.
Fico triste ao pensar na mísera aposentadoria que vou receber e ainda conto com a sorte de ter uma boa saúde para não ter que gastar tudo com remédios antidepressivos. Mas mesmo assim, continuo acreditando nos meus sonhos e metas e estou trilhando o caminho para atingi-las.
A minha infância
O sítio da vovó ficava numa pequena vila, um lugar muito bonito, onde passava todos os finais de semana e feriados. Nesses dias nos reuníamos para ouvir vovó falar sobre a sua infância, uma lamparina e a lua brilhante iluminavam a singela casa de porão onde morava com sua família. O escuro incomodava um pouco na hora de ir para a privada que ficava afastada da casa.
O tempo foi passando e o tempo em que crianças só cuidavam duas coisas também: brincar e aprender. Eu nunca consegui esquecer do dia em que a professora Ana Macari me colocou ajoelhada em cima de milhos por não saber a tabuada. Que dureza era estudar naquela época.
Da pequena vila em que fomos assentados na época da colonização minha família não conseguia mais tirar o sustento e por tanto obrigados a mudarmos para a cidade de Matupá, período em que conclui o ensino fundamental. O segundo grau tinha duas opções: magistério ou contabilidade, como contabilidade só tinha à noite e a noite minha mãe não deixava estudar, só me restava uma opção, fazer o magistério. Durante os três anos de formação tomei gosto pela alfabetização, onde me espelhava na professora Alba grande companheira que sempre me auxiliou e me deu força.
Conclui o magistério em 1997 e no ano de 1998 me casei e vim para Terra Nova. Em 1999 já grávida da minha primeira filha fiz o vestibular e comecei fazer pedagogia, período muito difícil pois tinha que trabalhar e estudar, deixando ela durante o dia com a babá e a noite com o pai .Em 2003 seis meses antes de terminar minha graduação iniciei a pós-graduação. Terminados os estudos consegui um salário melhor, minha casa tão sonhada. Em 2008 veio o meu segundo filho e como o salário era melhor tive o privilégio de dar mais atenção a eles.
Hoje trabalho bastante ainda mais a preocupação não é mais a mesma de antigamente que era adquirir bens, e sim a de viver bem aproveitar a vida e futuramente poder dar a meus filhos o estudos que eles escolherem.
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